Dieta para tireoide existe?
- Raisa Valentini
- 18 de jan. de 2023
- 2 min de leitura

Frequentemente encontramos notícias falando sobre alimentos que podem melhorar ou piorar a função da tireoide. Mas será que isso existe mesmo? Vamos falar sobre alguns deles:
IODO
O iodo é fundamental para que o hormônio da tireoide seja produzido de formaadequada. A deficiência de iodo era responsável antigamente pelo bócio endêmico, o famoso "papo".
Frutos do mar, peixes, laticínios e grãos são ricos em iodo. Além disso, no Brasil o sal é obrigatoriamente suplementado com iodo para prevenção do bócio endêmico, e por isso não há necessidade de suplementação com cápsulas ou solução.
VEGETAIS CRUCÍFEROS
Apesar de relatos escassos de alteração tireoidiana com ingestão de vegetais como brócolis, couve de Bruxelas ou couve-flor (relacionados a ingestão em quantidades exageradas), o consumo desses alimentos em quantidades habituais não aumenta o risco de doenças da tireoide.
SELÊNIO
É um importante elemento no metabolismo tireoidiano, e pode ser encontrado em frutos do mar, carnes e castanha.
Apesar disso, a suplementação de selênio a longo prazo não mostrou redução no risco de hipotireoidismo. Seu uso é indicado apenas em alguns casos de doença ocular causada pelo hipertireoidismo.
O selênio deve ser consumido com moderação, já que seu excesso pode causar intoxicação (selenose).
GLÚTEN
O eterno injustiçado.
Uma doença autoimune frequentemente vem associada a outra. Como boa parte dos casos de doença tireoidiana é autoimune, existe uma associação com a presença de doença celíaca (intolerância autoimune ao glúten). Nos pacientes celíacos o glúten precisa ser cortado da dieta, pelo risco de lesão intestinal, e não pela tireoide.
Em pacientes não celíacos, não há evidência científica de que a retirada do glúten trará algum benefício para a tireoide.
Ou seja: até o momento não há evidência científica de que há necessidade de mudança na dieta para o tratamento de doenças tireoidianas.